Erik Weijers, há um ano
Nos últimos dias, chegaram notícias positivas sobre a adoção da Bitcoin em duas ocasiões. Numa delas, tinha de conseguir ler francês: a República Centro-Africana (RCA) vai introduzir a Bitcoin como moeda corrente. A outra notícia é sobre o gestor de ativos Fidelity, que irá acrescentar a Bitcoin como uma opção nos seus planos de reforma.
A grande notícia da RCA não foi celebrada tão entusiasticamente quanto notícias similares de há um ano. Nessa altura, El Salvador foi o primeiro país a introduzir a Bitcoin como moeda corrente. Talvez se deva ao facto de a República Centro-Africana o ter anunciado com um menor sentido de RP do que El Salvador. Mas isso não torna a notícia menos importante. A primeira pessoa a iniciar uma dança selvática deve ser um pouco louca. Mas a primeira pessoa a decidir juntar-se à dança está essencialmente a iniciar um movimento. Outros países candidatos que estavam titubeantes ainda não se juntaram à dança. No mês passado, as Honduras demonstraram receio.
Alguns analistas, de certa forma, suspeitam das circunstâncias segundo as quais a lei foi criada na RCA. Há uma luta por poder sobre a influência no país entre e França e a Rússia. Além disso, o país também é conhecido pela sua corrupção. De qualquer das formas, muitos apoiantes da Bitcoin não ficaram nada entusiasmados com a ideia do governo interferir na Bitcoin. Segundo estes, ninguém deve ditar a outro que moeda devem utilizar, quer seja a Bitcoin ou não.
Uma das principais diferenças relativamente a El Salvador é que a RCA tem muito menos cobertura de internet: estima-se que apenas cerca de 11% da população tem acesso. Fruto disso, será mais difícil, na prática, a população receber e enviar Bitcoins. Uma similaridade com El Salvador é que a RCA não tem a sua própria moeda: em conjunto com outros trezes países africanos, este partilha o Franco CFA. Esta é uma moeda que está associada ao valor do antigo Franco Francês e agora o Euro. Assim sendo, o país não pode seguir uma política monetária, estando sujeito à inflação do Euro. Certamente que não é ideal.
A segunda grande notícia vem da americana Fidelity. E se são grandes notícias quando um dos maiores gestores de ativos no mundo acrescenta a Bitcoin a um dos seus maiores produtos de reforma, o 401k.
Um 401k é um plano de poupança reforma que muitos empregadores americanos oferecem aos seus funcionários. Segundo a consultora de pensões Newfront, há imensa procura dos funcionários pela inclusão de ativos digitais neste fundo. No mundo dos analistas financeiros – e, por conseguinte, aparentemente, dos gestores de ativos – está-se a começar a revelar que o tradicional portefólio 60-40 de 60% ações e 40% títulos já não é ideal considerando o estado precário do sistema financeiro global.
Não é surpreendente que a Fidelity seja agora a primeira a oferecer esta opção. A Fidelity está na linha da frente dos ativos digitais no seu marco. O que também não surpreende, é o facto da MicroStrategy ser a primeira empresa a oferecer o novo produto de reforma aos seus funcionários. A MicroStrategy é uma empresa listada na NASDAQ que tem mais de 120 mil Bitcoin no seu balanço.
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