Robert Steinadler, há 2 anos
Foi no ano de 2016 quando a Bitfinex foi atacada e perdeu 119 754 BTC. A perda não só foi devastadora para a bolsa e para os seus clientes, mas também foi percecionada como um contratempo significativo para todo o mercado após a MtGox ter enfrentado uma catástrofe de proporções similares em 2014.
Avançando no tempo: é o ano de 2022 e as autoridades dos EUA apreenderam 3,6 mil milhões de USD e prendeu um casal que alegadamente tentou branquear todo o lote de Bitcoin que foi perdido durante o ataque.
Segundo uma declaração oficial do departamento da justiça mais de 94 000 BTC foram armazenados casualmente numa conta online que permitiu fácil acesso ao FBI. Num esforço combinado entre o IRS, o FBI e o HIS, e com o ajuda do departamento de polícia em Ansbach, os investigadores alemães conseguiram rastrear a atividade dos alegados branqueadores de capital.
No seu comunicado de imprensa, a DOJ enfatizou que os investigadores poderiam rastrear os fundos porque todas as transações na blockchain permanecem para sempre e o facto de que o livro de razão da Bitcoin é imutável, isto dá às autoridades tempo suficiente para analisarem esquemas de branqueamento de capitais ainda mais complexos. O casal utilizou alegadamente identidades faltas e técnicas como o chain hoping e transações automatizadas para camuflar o seu trilho.
Na eventualidade de serem considerados culpados no tribunal por ambas as acusações, ambos os arguidos enfrentam até 25 anos de prisão. Considerando o facto de que este é um caso extraordinário com uma quantia incrível de dinheiro envolvido, o futuro não parece muito prometedor para o casal.
Aquilo que é ainda mais importante nas redes sociais de momento é a vida dos alegados perpetradores. Desde o comunicado de imprensa oficial da DOJ identificou o nome de ambos os acusados com os crimes, a comunidade das criptomoedas foi rápida a descobrir dados sobre as suas vidas.
E parece que ambos viviam uma vida colorida, apresentando-se como empreendedores tecnológicos e, no caso da esposa, Heather Morgan, inclusive como rapper e contribuidora para a Forbes. A internet está inundada com clipes de “Razzlekhan” e parece que a comunidade de criptomoedas no geral tem alguma dificuldade em entender como é que alguém que produz tal “arte” conseguiu orquestrar um esquema de branqueamento de capitais de milhares de milhões de dólares.
Mas há ainda mais, porque Morgan foi uma contribuidora ativa para a Forbes durante anos e também deu uma palestra sobre o tópico de engenharia social bem-sucedida. Ela lança alguma perspetiva sobre o ataque à Bitfinex dado que a engenharia social é uma técnica conhecida por se infiltrar na infraestrutura TI convencendo a equipa de apoio ou administrativa a tomar uma ação quando, de facto, eles comprometem a segurança com as suas respetivas ações.
Ainda não é claro se o casal atacou de facto a Bitfinex. Por ora, eles são acusados de branqueamento de capital e de conspiração para desfraldar os Estados Unidos enquanto decorrem as investigações sobre o ataque.
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