Robert Steinadler, há 2 anos
A Ethereum iniciou a sua transição em dezembro de 2020 quando a Beacon chain ganhou vida. Desde esse dia muitas coisas mudaram. A Ethereum não só assistiu a um aumento de preço drástico, como também tornou-se na segunda blockchain mais valiosa e ainda a mais valiosa em termos de TVL e de utilização DeFi.
O que é “A Fusão” e como afetará a Ethereum?
A transição da Ethereum 1.0 para a Ethereum 2.0 levará a uma das maiores alterações na história da Ethereum. A prova de trabalho e a mineração serão abandonadas e a prova de participação vai proteger a blockchain Ethereum no futuro.
A alteração é tão drástica que a Ethereum 2.0 é uma blockchain diferente daquela que foi iniciada com a ignição da Beacon chain. A ideia por detrás da fusão é fundir literalmente a atual com a nova blockchain Ethereum. Assim que isso estiver feito, a Ethereum deixará de depender da mineração. Foi na semana passada que os programadores fundiram com êxito a ETH1 e a ETH2 na testnet Kiln.
Como é óbvio, houve alguns solavancos, mas isso já estava previsto e parece que as coisas estão a correr bastante bem. Assim sendo, isto leva-nos à pergunta mais importante: quando é que se vai concretizar a mudança?
Não há uma data prevista oficial, mas prevê-se que a fusão ocorra algures no 2ºT. de 2022. Com a obtenção de resultados satisfatórios na Kiln, crê-se que a Ethereum poderá possivelmente terminar o primeiro passo da sua transição em junho.
O evento poderá animar o mercado dado que a Ethereum poderá tornar-se uma criptomoeda deflacionária. É verdade que a Ether, o token nativo da blockchain Ethereum, não tem um limite de oferta. Ao invés, há uma inflação anual, e o preço é impulsionado pela emissão de nova ETH e pela procura que é principalmente criada pela utilização de muitos protocolos que têm como ponto de partida a Ethereum.
No anto passo, a EIP-1559 introduziu uma taxa de bloque que começou a queimar efetivamente Ether em cada transação, ao invés de passá-la para os mineiros. Com a transição para a prova de participação, este mecanismo de queima poderá levar a que a oferta disponível desça abaixo da procura. Muitos analistas acreditam que isto poderá provocar uma segunda ronda bull dado que a fusão iria diminuir a emissão de ETH acabada de cunhar em 90%. De facto, a Ether tornar-se-ia ainda mais rara do que a Bitcoin, mas o evento poderá criar uma escassez relativa entre a oferta e a procura.
Assim que tiver ocorrido a fusão a transição não estará concluída. A Ethereum ainda está à procura de implementar as designadas shard chains. Cada shard é uma blockchain que ser uma finalidade específica, oferecendo grandes vantagens em termos de velocidade e escalabilidade.
Dado que a Ethereum já tem vários protocolos de camada 2 a serem executados, a prioridade mudou e os programadores estão a trabalhar na transição para a prova de participação. Assim que esse capítulo estiver encerrado, o trabalho nas shard chains vai continuar e estas vão ser lançadas em 2023. Mesmo que a fusão se revele ser o maior evento deste ano para a Ethereum, ainda há muito caminho a percorrer.
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