Erik Weijers, há um ano
A palavra Metaverso aparece cada vez mais frequentemente como uma descrição de como iremos viver online no futuro. É tentador imaginar o Metaverso como uma espécie de videojogo gigante. Uma imagem melhor e mais realista é a do Metaverso como uma experiência rica e omnipresente enquanto está online.
Porque, mesmo embora agora tenhamos a internet móvel – ainda temos de “agarrar” o acesso à internet nos nossos dispositivos. Com o Metaverso, a Internet estará em breve à nossa “volta”. É isto que se resume o Metaverso na essência. É o próximo passo de integrar a Internet nas nossas vidas. Isto é tornado possível através da cada vez melhor capacidade de streaming, sensores, câmaras de reconhecimento facial, óculos de Realidade Aumentada etc.
https://youtu.be/Q13CishCKXY
O termo Metaverso foi cunhado por Neal Stephenson, no seu romance de ficção científica de 1992 “Snow Crash”. Neste, as pessoas movem-se como avatares num espaço virtual tridimensional.
Contudo, o Metaverso da nossa definição é mais abrangente do que a realidade virtual. Muitas pessoas imaginam o Metaverso como uma forma, de certo modo, mais avançada do Second Life, no qual todos escolhemos o nosso próprio avatar. Ou como um mundo onde podemos entrar colocando os auriculares RV. No entanto, estes dois ingredientes não são necessários para o Metaverso. A realidade virtual é apenas uma das “apps” do Metaverso.
Segundo as palavras de Matthew Ball:
“O Metaverso, como a internet, internet móvel e processo de eletrificação, é uma rede de experiências e de aplicações, dispositivos e produtos, ferramentas e infraestrutura interconectados.”
Tal como não equiparamos a Google ou o Facebook à Internet, também o Metaverso não representará um só domínio.
Imagine o Metaverso como uma forma de Internet que está em todo o lado, com visuais mais ricos. Um ponto importante que muitos especialistas realçam é que o Metaverso não é um mundo, mas sim vários ambientes (3D) online. Com uma diferença importante dos muitos ambientes online que já existem, nomeadamente que são idealmente interoperáveis. Implementará a sua identidade e as suas coisas virtuais em várias plataformas. O NFT que comprou numa galeria online – talvez queira usar ou vender noutro lugar – talvez num jogo. Assim sendo, o Metaverso não é apenas um mundo virtual sofisticado: é uma verdadeira economia, onde há coisas a serem produzidas e vendidas.
Os desenvolvimentos necessários para criar um Metaverso próspero demoram anos, talvez décadas. São necessários todos os tipos de desenvolvimentos no hardware, software, poder de computação, aplicações de pagamento e normas de comunicação. Não obstante, o desenvolvimento tem vindo a acelerar nos últimos anos, por exemplo, com melhores imagens 3D e técnicas de renderização. Dito isto: já estamos numa versão inicial do Metaverso. O facto de que colegas de quarto estão sentados na mesma divisão com fones que cancelam o ruído, ouvindo cada um os seus podcasts, já é um sinal de que “onde estamos” está a tornar-se desconectado de onde estamos no metaespaço.
Qual será a arquitetura do Metaverso? Será que os “objetos” estarão numa base de dados ou numa blockchain? Será que o Facebook e outros gigantes tecnológicos detêm ou partilham a propriedade? Este é um dos principais pontos de disputa que serão travados nos próximos anos.
Os defensores das criptomoedas não são, obviamente, fãs do resultado centralizado das Grandes Empresas Tecnológicas. Considere o que o banimento por uma aplicação centralmente controlada, como o Twitter, já faz com as vidas de algumas pessoas. O controlo totalitário sobre o acesso ao Metaverso seria ainda mais dramático. Precisamente porque praticamente duo vai acontecer no Metaverso: o seu trabalho, os seus contactos sociais, efetivamente a sua vida.
A esperança de muitos, por conseguinte, é que muito será desenvolvido na tecnologia blockchain. Por este motivo, o termo Web3 surge frequentemente nas discussões sobre o Metaverso. A Web3 tem a ver com a supracitada preocupação quanto à centralização. É um termo guarda-chuva para as tecnologias que tornam os utilizadores nos proprietários dos seus dados. As normas abertas também podem desempenhar um papel aqui. Por exemplo, o e-mail é desenvolvimento numa norma aberta (SMTP), na qual qualquer um pode programar e que impede o monopólio.
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