Erik Weijers, há um ano
A arte generativa é arte produzida por um sistema autónomo. Ou, mais precisamente, a colaboração entre um humano e uma máquina, ou algoritmo. É uma forma de arte que é comum no mercado NFT. Isto explica a sequência numérica de coleções e a “parecença familiar” entre NFTs individuais da mesma coleção.
Para criar uma coleção de um milhar ou inclusive de dez milhares de obras de arte, um artista pode precisar de alguma ajuda de um algoritmo para:
1. Determinar um conjunto de propriedades.
2. Determinar o número de variantes para cada propriedade.
3. Misturar e cunhar!
As coleções de NFTs baseadas em princípios generativos surgem tanto em variedades elegantes como em menos elegantes. As coleções abstratas da Fidenzas, por exemplo, são mais “eruditas”, enquanto a arte de foto de perfil como os Bored Apes ou os Moonbirds são mais para o homem comum - desde que esse homem comum tenha um saco carregado de ETH à mão… em todos estes casos, há uma distribuição de propriedades aleatória envolvida na criação de dezenas de milhares de espécimes.
Os projetos de NFT não são, de forma alguma, os primeiros exemplos da utilização da arte generativa. Nos anos 60, os primeiros artistas utilizaram os computadores para criarem arte. Mas mesmo antes dessa altura, a arte generator já existir sob outras formas. Por exemplo, no século dezoito, havia o popular “jogo dos dados musicais”, onde uma peça de música era composta baseada na repetição de um dado lançado.
O processo de tokenizar NFTs dá um toque interessante à arte generativa. A criação é feita executando um contrato inteligente na, digamos, Ethereum através de uma série de passos. Estes podem incluir utilizar o endereço da carteira da pessoa que cunha o NFT como uma variável de entrada. Em última instância, isto fornece um elemento lúdico de aleatoriedade à criação.
Após a primeira arte generativa ter sido cunhada na Ethereum em 2018, a Larva Labs surgiu com os Autoglyphs em 2019. Este é considerado o primeiro projeto de arte generativa na blockchain. Entretanto, a coleção na OpenSea atingiu um volume total de negociação de praticamente 20 000 ETH. O preço base é de 189 ETH aquando da elaboração deste artigo. Aquilo que torna os Autoglyphs únicos é que a informação necessária para gerar a imagem encontra-se na blockchain. Isto explica o porquê de as imagens serem tão minimalistas: os dados tiveram de ser utilizados muito moderadamente. A maioria dos NFTs, ao contrário dos autoglyphs, são apenas “apontadores” que apontam para a obra de arte que está armazenada noutro local.
Os Fidenzas de Tyler Hobbs são talvez a coleção de arte generativa mais conhecida. Em junho de 2021, foram cunhados 999 na Art Blocks por 0,17 ETH. Atualmente, o preço base é de mais de 80 ETH.
Hobbs trabalhava como cientista de computação quando ficou intrigado com a Art Blocks (consulte abaixo). Ele decidiu criar a sua própria coleção, inspirado pelo expressionista abstrato Francis Klein. Segundo Hobbs, o algoritmo da Fidenza conseguiu cunhar espécimes surpreendentes de cada vez que o fez. O truque, acrescenta, é permitir que haja variedade suficiente dentro de determinados limites. Dessa forma, cada NFT pode ser surpreendente sem se tornar tudo numa caótica confusão. Essa é a ténue linha que a arte generativa deve seguir.
A Art Blocks é uma oficina e mercado online de NFTs inteiramente dedicada à arte generativa. Fundada em 2020, esta pretende fornecer um local para arte puramente programável, tanto em imagem quanto em vídeo.
Os artistas podem criar aqui eles próprios, escolhendo múltiplos parâmetros (propriedades). A cunhagem dos NFTs é realizada na Ethereum. Os utilizadores da plataforma pagam com Ethereum quando cunham um NFT (ou vários) de uma nova coleção.
Além da designada fábrica, onde qualquer um pode criar, também uma coleção da curadoria da própria Art Blocks. Essa coleção curada é responsável pela maioria das vendas.
Registe-se para manter-se informado através das nossas atualizações por e-mail